Apesar de vivermos num mundo globalizado e as notícias circularem abundantemente é para mim um facto de que os meios de informação com apenas um terço do espaço que ocupam conseguiriam manter toda a gente a par do que se passa. Assim, os dois terços restantes têm de ser preenchidos com «palha» (para os burros), fazendo com que os jornalistas tenham de “inventar” motivos para alimentar tempo/espaço de antena.
Não são poucas as vezes em que constatamos este facto, através de reportagens (por exemplo) em que após uma desgraça/tragédia os intervenientes são interpelados com perguntas do género «como se sente por ter perdido a sua família?» ou «agora que perdeu todo o trabalho de uma vida, como vai ser daqui para a frente?». É claro que na maior parte das vezes a notícia ficou dada nos primeiros 30 segundos, o resto do tempo é «encher chouriços» como se costuma dizer.
Um exemplo de informação inútil (na minha opinião) é a notícia que li sobre Warren Buffett (WB), esta narrava que o «terceiro homem mais rico do mundo tem o salário congelado há 29 anos» e esse não ultrapassa os 100 mil dólares ano. Pior do que isso, o pobre WB ainda reembolsa a empresa (que comanda) pelas suas despesas pessoais que, imagine-se, em 2009 atingiram metade do seu rendimento, 50 mil dólares portanto.
Eu: Warren, como é não ser aumentado há 29 anos?
Warren: Você é um jornalista português não é?
Eu: Como adivinhou?
Warren: Just a lucky gess...mas, vai-se vivendo.
Eu: Mas conte-nos, como é possível?
Warren: Como sabe sou um bom gestor.
Eu: Mas sendo o presidente da empresa, porque não revê o seu salário.
Warren: Sabe, tenho de poupar, a minha fortuna avaliada em 47 mil milhões de dólares leva-me o dinheiro todo.
(and so on…)
Nada me move contra WB, nem contra os jornalistas que fazem reportagens ou escrevem coisas sem interesse algum, para não dizer sem sentido, mas que me faz um pouco de confusão faz. O segredo é tentarmos não perder muito do nosso tempo com este género de serviço, até porque ninguém é obrigado a ver/ouvir/ler, assim, quando percebo que é só «palha» vou logo pastar para outro lado...Arrrre!
(Fonte: Jornal de Négócios)
Inté