Que me lembre é a segunda vez que falo aqui sobre os descobrimentos, se é a primeira vez que lêem...bom, há gostos para tudo e se não acompanharam todos os pedaços do Avózinha tenho a certeza que não foi por uma razão melhor que falta de bom gosto. Eu sei eu sei, isto soa um pouco a (muita) presunção, que posso dizer, «presunção e água benta cada um usa a que quer» hoje apetece-me usar muita.
Talvez noutra vida tenha feito parte de alguma expedição, pelo mar claro, por mares nunca dantes navegados decerto, o mar é assim, quando passamos volta a ficar como se nada fosse, como se por ali nunca ninguém tivesse atravessado.
É engraçado como o vento nos leva, normalmente empurra-nos na direcção para onde sopra, mas se tivermos à beira mar e a brisa cuspida por Neptuno correr rumo à costa o efeito é contrário. Como num contra-senso, sopra para um lado mas puxa-nos para si, não é bem puxar fisicamente mas antes sim um chamamento, um convite irresistível, uma espécie de sedução.
Foi isso que aconteceu aos descobridores/navegadores, foram seduzidos pelo mar, sentiram aquela brisa salgada vinda de lá, aquela que quando estamos de frente para a rebentação das ondas faz aquele som fantástico. Às vezes só damos por isso quando fechamos os olhos, aí sim, torna-se mais fácil viver todas essas sensações e escutar o silêncio do chamamento.
A forma mais segura de sentir tudo isto é ter os pés bem na areia, literalmente, aquela sensação boa da areia como que a massajar os pés e a convidar que ali fiquemos é o que nos faz querer ir e voltar, voltar para sentir mais uma vez a terra firme, sentir de novo a sedução do mar, a vontade de partir outra vez para regressar, uma e outra vez.
A brisa salgada vinda do mar é como os verdadeiros amantes, toca-nos em todos os cantos e recantos do nosso corpo e alma e faz-nos sentir um prazer imenso. Descobridores, navegantes, amantes, é só escutar o chamamento.
Inté