Avózinha (Sim, com acento...)

Agosto 22 2011

O cão pode ser a verdadeira demonstração de fidelidade/lealdade, a mosca é o exemplo perfeito do verdadeiro amor incondicional. E porque acham que me ocorreu este pensamento? Simples, aliás, só podia ter sido assim, estava entretido nas minhas actividades internéticas (palavra que devo ter acabado de inventar) e um espécime destes não cessou de me atazanar a paciência, pousando indiscriminadamente onde bem lhe apetecia, isto apesar das minhas não menos incessantes tentativas de a afastar.

 

Daí até eu pensar «ele há bicho a gostar de cada merda...eu, neste caso» foi um pequeno passo, o seguinte pensamento foi o lógico «pois, tal como no amor». Quantas vezes calha gostarmos de alguém que nos enxota, dá-nos umas “trolitadas”, aborrece-se connosco, irrita-se com a nossa vontade de estarmos perto e mesmo assim lá continuamos, sabe-se lá porquê, a querer a sua presença nas nossas vidas.

 

O comportamento deste insecto caracteriza-se de maneira distinta, tanto podendo pousar numa grande bosta, como em mim...e eu quero acreditar que existem diferenças, nem que seja no cheiro, aliás, de preferência particularmente no cheiro. Apaixona-se por um ramo de uma árvore, uma parede em ruínas ou nova, uma sucata ou um carro topo de gama, etc., mas fá-lo apaixonadamente, como se não houvesse mais nada...e mesmo enxotando, persistência não lhe falta.

 

O amor não é só esta tragédia, mas também pode ser, e acima de tudo talvez seja uma sorte, ou karma, isto porque (ainda) não entendi muito bem o processo de escolha, o porquê da atracção por um determinado poiso. Mas deve ter mesmo de ser assim, pois se entendesse o porquê do encanto ainda o dominava, aí deixaria de ser amor, passaria a ser apenas interesse, atracção, conveniência, ou o que se queira chamar.

 

Como lição, e para provar à mosca que o amor é uma coisa estúpida, matei-a, sim, porque o amor é mesmo assim, apesar de acreditarmos nele...pode-nos “matar”. Espero que ela tenha aprendido porque eu não, eu cá gosto de pousar, mesmo que me vá matando, não sei quantas vidas ainda tenho, mas elas também têm de servir para alguma coisa, e basta uma para ter sorte...ou não. Resumindo, quando vejo uma mosca poisar numa bosta...compreendo as duas, já lá estive.

 

Inté


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