Uma das coisas que distingue o Homem de um rato (como se costuma dizer) é a sua capacidade de ter humildade suficiente para reconhecer que nalgum momento possa ter estado menos bem. É precisamente para isso que estou aqui hoje, para que não haja confusões e desfazer qualquer dúvida que possa existir....não, não, não vou publicar nenhuma foto minha mais íntima, apenas vou assumir publicamente os meus exageros e delírios que por este espaço vou exibindo.
Faz uns meses, mais precisamente no dia 30 de Agosto de 2009, que aqui escrevi um texto com o título «Pérolas da literatura» que (para quem não se lembra) mostrava alguma incompreensão para com Dias Loureiro por este ter poucos hábitos de leitura e não estar a par do verdadeiro interesse, que as obras literárias existentes num anexo da sua casa de banho, verdadeiramente tinham. Quem ri por último ri melhor e eu tenho de dar a mão à palmatória, o “visado” nesse meu chorrilho de disparates é tão somente mais um ser humano que guarda preciosidades onde os outros vão c*.
Para explicar melhor o que escrevi até agora vou contar-vos uma notícia que li recentemente. Uma família Inglesa (Oxford) disponibilizava amavelmente como literatura de casa de banho tão somente um exemplar da primeira edição de "A origem das espécies", sim, quem fosse lá a casa e lhe desse a vontade, só tinha de esticar o braço em direcção a uma prateleira de apoio logístico e podia maravilhar-se com a obra com que Charles Darwin revolucionou as ciências naturais.
Este achado só foi possível graças a um familiar que enquanto se aliviava terá reparado e reconhecido a preciosidade que ali se misturava entre odores, tornando assim possível revelar ao mundo este achado avaliado em cerca de 66.600 euros e que brevemente será leiloado, pelo nunca se sabe, poderá atingir um valor superior. Eu não vou licitar, claro que não será por falta dinheiro pois essa soma para mim não constituiria obstáculo, mas as impressões digitais impressas no livro devem dar para escrever uma odisseia.
Pois bem, como vêm nunca é tarde para uma pessoa se redimir, e eu reconheço que fui injusto com Dias Loureiro, a senhora da limpeza e Vítor Constâncio, todos vítimas da minha atitude pouco tolerante. Se Charles Darwin escrevesse sobre mim diria coisas pouco abonatória a meu favor, eu, que sou um inculto que o único papel que guardo na casa de banho é o higiénico, o papel higiénico diga-se.
Inté