Esta sabedoria não se paga nem se ensina em nenhuma escola, é gratuíta, por isso há que saber aproveitar escutar e apender alguma coisita se estivermos para aí virados.
A vida pode ser muito dura e nem sempre nos abre fácilmente a porta, que o diga Maria Cerqueira até aos dias de hoje desconhecida por mim, mas familiar a todos na terra onde vive, é conhecida por Maria Coveira. Esta mulher de 68 primaveras, como o nome indica, é coveira em Merufe (não sei onde fica) á 55 anos e tem a importante missão de abrir literalmente o caminho a muita gente para a ultima morada.
Numa era em que todos procuramos “vida fácil” e nem tudo são rosas, julgo que ninguém sonha passar os anos a lidar com os mortos, ambicionamos ter uma profissão bonita onde tudo é côr e cheio de flores perfumadas. Num cemitério não falta nada disso mas concerteza que de uma forma bem diferente da imaginada.
Diz ela:
«Eu tenho coragem para tudo, os mortos nunca fizeram mal a ninguém. Os vivos sim, os vivos às vezes são levados do diabo»
«A algumas pessoas, até as enterrava vivas, se pudesse»
«Enquanto for eu a enterrar os outros, é bom sinal. O pior vai ser quando forem outros a enterrarem-me a mim»
(excertos da entrevista retirados do Portugal Diário)
A sua própria história e o que diz de forma espontânea faz-me reflectir, e na minha opinião não podia ser mais verdade, embora como sempre o encare com espírito crítico e não me revejo a 100%.
Nunca devemos esquecer as coisas terrenas e a importância ou irrelevância que cada coisa deve ter. Todos temos o nosso papel nesta aldeia global e ninguém se julgue mais importante que ninguém.
Inté