Avózinha (Sim, com acento...)

Fevereiro 16 2009

Das muitas coisas que escrevo aqui esta poderá ser uma das poucas que faz algum sentido, ou não. Para todo o sempre é algo que normalmente é associado ao casamento, como é sabido nem todos o são uns terminam antes de se o poder afirmar, outros duram um pouco mais e outros tantos provam esse facto. Mas não é para falar de desgraças que aqui estou.

 

Enquanto fumava uma, quer dizer...nas minhas deambulações pelo universo em que a minha energia se desprega deste banal amontoado de ossos e carne e viaja em busca de coisas que a possam despertar a atenção
(sim de coisas, muitas vezes não sei ao que vou) tive a percepção de o que significa (para mim) “Para todo o sempre”.

 

Nada é para sempre nem eterno mas o nosso legado é “Para todo o sempre”. O que pretendo dizer é que estou convencido que as nossas atitudes, a nossa forma de estar em contacto com o mundo, com as pessoas, determina a herança que deixamos, como que um rasto ou assinatura a que fácilmente somos associados.

 

Em suma, o que fazemos é indelével e no máximo por vezes até é possível reparar algum estrago ou dor que possamos ter causado, mas só por vezes. Assim, como não sabemos quanto tempo é que iremos por cá andar, o ideal é todos os dias tratarmos de ter a atitude certa perante o que e quem nos rodeia, porque isso é o que fica Para todo o sempre.

 

Inté

publicado por Avózinha às 22:38

Esta conversa fez-me lembrar um poema de Miguel Torga que li há muiiiiiiiiiitos anos atrás e que me ficou na memória. Como não o sabia de cor, tive que recorrer à Biblioteca e pesquisar in locu, ou in situ, sei lá.
E lá o encontrei no livro Diário I ( o homem escreveu carradas de diários... ainda bem que encontrei logo no primeiro...)
Então cá vai:

DÚVIDA
15/8/1941

Anoiteceu.
Aqui sentado, pensava na minha vida;
nesta tristeza arrastada que ninguém quer alegrar;
nesta fogueira cercada
duma invernia polar.

E a mim mesmo perguntava
se dessa vida ficava
pelo menos uma baba
igual à do caracol
uma excreção que brilhasse
quando nela reparasse
a luz do sol...


(Que raio de comparação ele havia de arranjar ehehehe)....
POETICA a 16 de Março de 2009 às 17:17

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