Avózinha (Sim, com acento...)

Janeiro 06 2010

Um dos meus maiores receios é sentir que perdi o espirito que me movia quando era criança, e que move todas as crianças, a minha capacidade de sorrir, de fazer as pazes após uma zanga, de ser sempre verdadeiro mesmo se contava uma mentirinha só para tentar escapar de um castigo, de sonhar, brincar, de me entregar a fazer qualquer coisa sem pensar nem me preocupar com mais nada, de fazer amigos e estar com eles e ter vontade de estar com eles. Os dias de criança parecem intermináveis, fazemos tanta coisa e no entanto queríamos sempre que fossem um pouco maiores porque ainda tínhamos fôlego e vontade para os desfrutar mais um pouco.

 

Talvez as minhas palavras soem a nostalgia, mas o que eu quero é saber que ainda posso sentir a vida como o fazia em criança, sendo sabido que o tempo não volta para trás e que as responsabilidades não são as mesmas. Na verdade sei que os tempos são outros, já vi coisas que me arruinaram algumas fantasias de menino, mas também pude constatar outras que me enriqueceram o espírito e me ensinaram a perceber e a sentir melhor o que me rodeia. Pensado em todas elas fico com a sensação que é uma espécie de magia aquilo que transportamos connosco nos primeiros anos de vida, é possível que o motivo seja por ser tudo novo e alvo de descoberta e assim razão para deslumbramento constante.

 

Agora que já muitas das experiências não são novidade ainda quero me deslumbrar, mesmo que seja com as mesmas coisas, se já não sou criança quero transportar o seu encantamento comigo. Quero contagiar os outros com essa magia, da mesma maneira que fazia em miúdo posso muito bem continuar a faze-lo agora, talvez se aproveitar aquilo que fui aprendendo pelo caminho (e continuo a aprender) consiga até fazer melhor, porque se a meninice se vai perdendo, a magia não pode ficar pelo caminho. É tudo uma questão de magia, quando pensamos no que podemos fazer sentir nos outros sem sequer lhes tocarmos fisicamente, o que mais pode ser se não magia.

 

A magia, é acreditar, é ter a certeza que tudo à nossa volta é muito mais que a mortalidade, e não me refiro a vida após a morte ou reencarnação, falo da energia que temos em nós, da que existe em todas as coisas e nos rodeia, afecta, falo da tarefa hercúlea de acreditarmos que nem tudo é mau e mesmo que o seja tem um lado positivo. É cada vez mais difícil confiar na humanidade, por de lado as nossas inseguranças e entregarmos a nossa energia em favor de uma corrente de boa vontade, não apenas em actos isolados mas sim em todas as atitudes do dia-a-dia. Podemos começar por pequenos “truques” de magia como provocar um sorriso e retribuir, fazer por merecer um sentido obrigado ou até provocar uma paixão. O verdadeiro segredo da magia...é praticar.

 

Inté

publicado por Avózinha às 19:46

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