Avózinha (Sim, com acento...)

Junho 23 2009

Que me lembre é a segunda vez que falo aqui sobre os descobrimentos, se é a primeira vez que lêem...bom, há gostos para tudo e se não acompanharam todos os pedaços do Avózinha tenho a certeza que não foi por uma razão melhor que falta de bom gosto. Eu sei eu sei, isto soa um pouco a (muita) presunção, que posso dizer, «presunção e água benta cada um usa a que quer» hoje apetece-me usar muita.

 

Talvez noutra vida tenha feito parte de alguma expedição, pelo mar claro, por mares nunca dantes navegados decerto, o mar é assim, quando passamos volta a ficar como se nada fosse, como se por ali nunca ninguém tivesse atravessado.

 

É engraçado como o vento nos leva, normalmente empurra-nos na direcção para onde sopra, mas se tivermos à beira mar e a brisa cuspida por Neptuno correr rumo à costa o efeito é contrário. Como num contra-senso, sopra para um lado mas puxa-nos para si, não é bem puxar fisicamente mas antes sim um chamamento, um convite irresistível, uma espécie de sedução.

 

Foi isso que aconteceu aos descobridores/navegadores, foram seduzidos pelo mar, sentiram aquela brisa salgada vinda de lá, aquela que quando estamos de frente para a rebentação das ondas faz aquele som fantástico. Às vezes só damos por isso quando fechamos os olhos, aí sim, torna-se mais fácil viver todas essas sensações e escutar o silêncio do chamamento.

 

A forma mais segura de sentir tudo isto é ter os pés bem na areia, literalmente, aquela sensação boa da areia como que a massajar os pés e a convidar que ali fiquemos é o que nos faz querer ir e voltar, voltar para sentir mais uma vez a terra firme, sentir de novo a sedução do mar, a vontade de partir outra vez para regressar, uma e outra vez.

 

A brisa salgada vinda do mar é como os verdadeiros amantes, toca-nos em todos os cantos e recantos do nosso corpo e alma e faz-nos sentir um prazer imenso. Descobridores, navegantes, amantes, é só escutar o chamamento.

 

Inté

publicado por Avózinha às 22:44

Março 02 2009

Bom, nem sei por onde começar, não por me faltarem ideias (parvoíce é coisa que não se esgota em mim) mas sim porque faz sensívelmente mais de uma semana que nada escrevo para o Avózinha e estou um pouco enferrujado. Valeram-me as reservas que fui acumulando para tempos de escassez e durante estes dias lá fui publicando uns textos que acenavam no baú onde guardo as tretas que vou teclando.

 

Como vos disse não foi por falta de ideias mas sim de vontade, talvez cansaço talvez necessidade de tirar umas férias para refrescar as ideias. O que interessa (ou não) é que a vontade voltou e cá estou eu com mais um assunto importantíssimo: se se diz, como podem ver pelo título, descobrimento ou achamento do Brasil e todas as outras terras.

 

Durante a comemoração dos 500 anos dos descobrimentos surgiu do lado de terras de Vera Cruz essa nova forma de definir a demanda dos Portugueses em busca por novos territórios. A solução deste dilema que tantas horas e dias tenho investido para tentar chegar a uma conclusão é deveras interessante, e quando julgava que a resposta seria importante para a nossa identidade como povo, afinal não é bem assim.

 

A resposta está mesmo na nossa identidade: se analisarmos a história da nossa nação veremos que foi feita a conta de muito sofrimento e miséria, o que rezam crónicas antigas sobre trapalhadas, trafulhices e corrupção pode-se muito bem aplicar aos dias de hoje...intemporais, bastaria mudar as datas e os nomes e poderíamos muito bem estar a lêr o jornal de hoje.

 

A peça que falta para completar o puzzle vem da nossa “predisposição” para emigrar, em plena época de navegadores e conquistas não haveria o termo emigrar de outra forma em vez de descobrimentos hoje diríamos emigramentos. Com o conhecimento que temos no presente acho que nem Descobrimento nem Achamento, eu diria FUGIMENTO. Fugimento daqui para fora é o que andamos a fazer à séculos.

 

Inté

publicado por Avózinha às 00:04

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