Ainda há exemplos tão bons de sabermos que existem. Num destes dias durante o noticiário da hora de almoço, na rtp 1, assisti a uma pequena e delíciosa reportagem que mostrava como era confeccionado o almoço dos putos de uma escola primária (1º ciclo ou lá como chamam agora) no Município de Bragança.
Em primeiro lugar a senhora cozinheira responsável pela confecção da comidinha é alguém que gosta do que faz e denotava ter amor ás crianças, o que é logo meio caminho andado para o sucesso. Depois era ver os tabuleiros com muito bom aspecto a sair do forno, quase que dava para lhe sentir o cheiro deste lado. A criançada em pleno repasto com um ar satisfeito, e se houvesse dúvidas bastava ouvir as respostas dos meias-lecas ás perguntas da reporter...elas não mentem.
A cozinheira explicava que muitos dos legumes e afins eram trazidos pelos pais das crianças, que sub-entendi que um ou outro tivesse uma pequena horta ou alguma exploração do género, oferecendo excedente de produção que de outra forma até se poderia estragar. A cereja no topo do bolo foi quando a senhora diz que sendo esses produtos oferecidos ficava com um orçamento mais folgado e dessa forma podia se esmerar na ementa, ás vezes até dava para comprar uns geladinhos para sobremesa. Soberbo.
Na escola primária da minha freguesia a comida também era confeccionada na cozinha da escola, até que este ano (lectivo) passou a ser fornecida por uma empresa de catering que por ser uma daquelas que andava a fazer cartel e a roubar milhões aos nossos bolsos, ganhou o concurso (imagino como). Ora deve haver aqui alguma confusão, pois a dita empresa deve(ria) ter sido contratada para fornecer comida decente para seres humanos, e não qualquer porcaria...ainda por cima a crianças, que estão a crescer.
Isto para mim é ultrajante, revolta-me, mete-me nojo. E se acham que exagero, quem lá trabalha passou a trazer almoço de casa, os alunos que têm essa possibilidade desistem de lá almoçar, só lá fica quem não tem escolha... ”os prisioneiros”.
Fui ensinado com uma velha máxima «mesmo em tempo de crise, para a mesa não pode faltar», corta-se noutras coisas. Ajudem-me lá, devo estar louco, sempre julguei que as crianças são o futuro e que devemos tratar delas dando-lhes condições para desenvolverem na plenitude todas as suas capacidades. ASSIM NÃO!
Inté