Parece que existe uma facção de leitores do Avózinha que anda ansiosa por lêr aqui neste espaço umas palavritas sobre professores e avaliações, ministra da educação, blá blá blá. Ora se não me chamassem a atenção para tal assunto eu até passava ao lado, pois ainda não tinha dado por isso que havia problemas, isto porque não se tem escrito nada sobre o assunto nem passado reportagens nos serviços notíciosos. Após árdua pesquisa lá encontrei umas coisitas sobre a matéria, e confesso que escrever sobre tal é tão perigoso como fazer caricaturas envolvendo o islão. Ponho grades na janela, contrato segurança privada, perco amor á vida e aí vou eu...
Há um facto que me perturba imenso, eu sou bruto, estúpido e pouco culto mas esta gente tem estudos (mesmo que o canudo seja falso também conta), seja do lado do governo seja do lado dos professores. Não era suposto este facto facilitar o entendimento entre ambos os lados de forma a gerar consenso!? Isto prova que grau de escolaridade nao é tudo, por isso ainda tenho salvação.
Esta contenda faz lembrar as dicussões na Assembleia da República onde deveriam trabalhar todos para o mesmo (e são pagos para isso) mas não é isso que se vê, e a semelhança ainda é maior quando se pensa em quem fica a perder com isto tudo...sempre o Zé Povinho, neste caso são os alunos pois claro. Desde que saí da escola tanta coisa mudou, algumas até me deixam boquiaberto, diz-se á boca cheia que agora é impossível chumbar, o que me faz pensar se não estive na escola na altura errada, mas reflectindo melhor fico é com a sensação que em boa hora me safei.
Sempre julguei que sendo professores esta malta seria muito mais criatiiva, digamos que, aquelas manifs de cartazes em punho que parecem ter sido inspirados no concurso «Não sei mais que um miúdo de dez anos» ou a entoar cantiguinhas com letras adaptadas á causa, assim não chegam a lado nenhum. Têm de se esforçar mais senão está tudo chumbado.
Eu enveredaria por um caminho mais irreverente e adulto, tipo agarrarem naqueles milhares de gente e no Estádio Nacional em vez da bandeira humana fazerem um toma humano, porque gente a desfilar na rua com bandeirolas é corriqueiro e já “ninguém” liga.
Barricarem-se numa escola e sequestrarem uns quantos putos, ou então uma selecção das melhores professoras fazerem um protesto com a roupinha com que vieram ao mundo seria mais eficaz. Quem sabe um cartaz a dizer «Maria dá-me o teu lugar já» e por favor nesses eventos não façam caras de professores, dispam o fato de trabalho por uma vez na vida porque a malta cresceu a desrespeitar os profs e quando vê um não o leva a sério.
A questão é tão complexa para mim que, e a título de exemplo, se por acaso presencio uma discussão deste assunto entre professores, o meu pequeno e desgastado cérebro desliga como modo de se auto-defender. Do que consigo ouvir da discussão parece-me indecífrável, não entendo patavina do que estão a falar. Muito sinceramente gostava de ver o governo a governar, os professores a leccionar e a defender o ensino e nunca e só a batalhar pelas suas carreiras. Na verdade tenho muito a agradecer aos professores e pouco ou nada aos ministros, mas uma coisa eu vos garanto, tantos a uns como a outros punha-os de castigo virados para a parede e sem direito a recreio...e a vossa sorte é já não se poder usar a régua (eu ainda levei).
(Se tiverem um tempinho leiam isto, se forem professores, antes, coloquem um comprimidinho debaixo da língua.
A este artigo de opinião sucedeu-se um outro em jeito de resposta que transcrevo um pedaço para aguçar a curiosidade:
«...constatar que muitos professores não são só preguiçosos, mas também gente muito ordinária e mal-educada. A dificuldade em perceber a diferença entre um artigo de opinião e uma notícia – a maioria trata-me por "jornalista" – a dificuldade em construir uma simples frase com sentido, o recurso sistemático ao insulto e à ameaça, denotam uma classe muito infiltrada por arruaceiros quando se esperava que a vasta maioria fosse dominada por princípios de discernimento, apego à liberdade de expressão e convicção democrática.»
O artigo completo aqui)
O Avózinha tem andado atento, não parece, mas...
Inté